sexta-feira, 6 de maio de 2011

Nada geralmente é o que parece...


Chuva fininha que dói nos ossos e lá ia aquele vulto magro caminhando como se não pudesse o molhar, pois, os pingos irregulares não atingiriam ilusão ou não nada parecia sugerir a criatura que poderia adoecer e também todos os locais que pudessem lhe abrigar passavam como se ali não estivessem, os pássaros permaneciam na incerteza das árvores e na duvida dos raios em qual acertar, os cães somem e para onde vão?- os gatos se aninham nos telhados com ou sem permissão, e aquela criatura parecia cumprir penitência imposta por pecado grave.
Continuava sua caminhada gélida, sem rumo e sem feição alguma nada esboçava nem raiva, tristeza, desalento, desapontamento, tudo parecia normal, não carregava desejo de morte e nem de vida, apenas caminhava na chuva.
Aos poucos o sol foi vencendo e timidamente apontou no céu e a criatura parou retirou a capa alongou o corpo e abriu um largo sorriso, bateu a capa com força espantando tudo que carregou por longos e penosos minutos, até pareceu que foi por horas a fio. Assim a criatura tornou-se um homem a caminho do seu trabalho e neste dia fugiu da rotina se transfigurou em algo que por mais assombroso que fosse despertou em alguns medo e em outros piedade.

4 comentários:

Wanderley Elian Lima disse...

Muito bom o texto, absolutamente surreal. Amei.
Bjux

Cristina Fernandes disse...

Olá Renata,
Gostei imenso deste teu texto... a lá diz o adágio popular: "As aparências iludem..."
Bjs,
Chris

Veronica Fukuda disse...

Renata,
adorei o texto... Parabéns querida!
estou te devendo a ilustração... falta scanear, te mando assim que puder.
bjo gde

Ricardo e Regina Calmon disse...

CONCORDO COM MEU BOM WANDERLEY,TRANSLÚCIDO, EMINENTEMENTE SURREAL!AMEI!

BZUZ

VIVA A VIDA