quarta-feira, 30 de março de 2011

O QUE SERIA DE NÓS ADULTOS SEM A ALEGRIA DE UMA ANIMAÇÃO?????

Pode parecer infantil, bobo, mas para ser feliz algumas vezes deixe a criança que existe dentro de você aparecer, assim neste momento seus sentimentos bons apareceram e toda inocência adormecida despertará, e aí nossa! - o sorriso vai ser puro, sua felicidade será capaz de iluminar todo o espaço a sua volta...
Liberte esta criança nem que seja pelo tempo deste trailer, seja extremamente feliz...

sábado, 26 de março de 2011

História, apenas uma história!




O tempo e suas histórias, personagens retratados, lugares reais ou imaginários, tramas, romances, terror e muitos gêneros, outros tantos...
Esta história não trás nada de paranormal, nem mistério ou será que sim, contudo nunca, nunca auto- ajuda, existem profissionais que podem fazê-lo, acredito que exista uma busca por algo difícil de se encontrar ou de perceber que sempre esteve lá.
Esta história começa com um Homem e seu cachorro, solitários cada qual no seu canto na varanda de uma casa no meio da devassidão de uma floresta, os olhos distantes além das árvores, dos lagos sem indagar o que haveria além deste lugar...
Dias e noites passavam e tudo permanecia como de costume, calor, frio, não se percebia o som de musica que o vento cuidadosamente trazia o cheiro da primavera e nem as cores que generosamente se desdobravam para chamar a atenção quase gritando é primavera, nada parecia despertar a atenção do Homem e seu cachorro. Só reclamavam do inverno, esta ocasião fria parece despertar os dois de uma inercia irritante.  O Homem do frio nos ossos, da gripe, do cobertor velho, da pouca comida, o cão uivava quando ia urinar nas árvores que o ignorava por completo castigo vai se saber, entretanto merecido afinal não se usa algo ou alguém e nunca agradece ou presta atenção no que esta ali bem a sua frente.
La estava dois amigos que não sabiam viver, um não falava outro não latia, tudo era silêncio, chato, maçante, sem vida e assim poderia se passar cem anos, o fogo estalava, brasa leve ficava pairando, dançando na fumaça quente...
Passou o inverno, e veio a primavera, algo quebrou aquela melancolia, diria exterminou, o cachorro que sempre mantinha a cabeça baixa não resistiu e começou a farejar, o rabo em riste, depois de muito esforço um latido rouco, o Homem arregalou os olhos, ajeitou a roupa, esfregou as mãos e como o cachorro respirou profundamente para sentir algum cheiro diferente.
Aconteceu o improvável resolveu ir investigar, chamou o cão e lá foram os amigos mais assustados do que curiosos. Depois de uns trinta minutos mais ou menos parou, o Homem não acreditou a sua frente estava se erguendo uma enorme e linda casa, saiu arrodeando o local e estava escrito “le bonheur Chale », ficou olhando o desenho da placa, há anos não via algo tão lindo, uma casa, pessoas sorrindo, guardas-sol brancos, cadeiras confortaveis, pensou quanta felicidade, se deu conta que nem lembrava que esta palavra existia.
Chamou o cão é voltaram mais uma vez em silencio, na clareira se deteve e olhou para sua casa descascada, a cadeira velha com assento fundo e gasto, o tapete do cachorro mais fino que papel e o cão assustou uma lágrima caiu na roupa do homem...
Continua...

sexta-feira, 18 de março de 2011

Sertaneja.



 


Na adversidade de um momento, da terra árida, em seu vermelho e alaranjado surge uma sombra de um ser irresoluto, miragem no deserto por entre mandacarus e palmas, união do feminino em luta contra os infortúnios, pele rachada como o chão e olhos secos sem lágrimas como açude sem água no sertão. Na cabeça uma lata com água cor de barro e gosto de lama salgada sem respingar na terra ávida por ela com ou sem gosto de nada, como chuva que nem chega a cair evapora no ar na quentura.
Assim se arrasta a mulher e o sertão, na espera da água do céu, para fazer florescer papoula e enfeitar os cabelos da morena em dia de ladainha na casa de pau a pique.










quarta-feira, 16 de março de 2011

Jacqueline Aisenman - Livros.

A partir de maio estarão nas livrarias Curitiba (Catarinense) de Porto Alegre à São Paulo.
Poesia nos Bolsos (poemas) e Lata de Conserva (histórias curtas)
PARABÉNS JACQUELINE.





sábado, 12 de março de 2011

Clarice

Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.
Clarice Lispector

quarta-feira, 2 de março de 2011

Poema à boca fechada




Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,

Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:

Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,

Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,

Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.
José Saramago