sábado, 18 de dezembro de 2010

Navidad!



E há luzes, azuis, brancas, vermelhas, verdes e toda que se imagine e com velas perfumadas e o cheiro da canela, do pão de frutas, das castanhas que cozinham, cheiro de natal, cheiro do nascimento daquele que lutou, espalhou a palavra do Pai. Nesta época pouco se tem que debater, nada passa despercebido da magia, do encanto, esquecesse a duvida e algo maior nos invade, mesmo que seja melancolia, saudosismo, basta sentar em uma praça, no sofá ou na cadeira de balanço que se respira um ar diferente, os olhos brilham e as lágrimas podem vir doces por milagre ou salgadas naturalmente, vê-se crianças a sorrir com arvores iluminadas e anjos com asas iluminadas, na terra seca ou na neve, Santa Claus ou Papai Noel, votos de Merry Christmas, Feliz Navidad, Joyeux Noël, Buon Natale, Frohe Weihnachten, Feliz Natal tem que vir do coração acompanhado de um abraço, um sorriso ou apenas um aperto de mão educado, formalidades.

Da minha infância vem uma recordação quase que feliniana, na casa dos pais de meus padrinhos italianos, mesa farta, lareira e um pinheiro verde onde ficavam todos os presentes até a hora de abri-los na manhã de Natal, o cheiro do carneiro, pêssegos, nozes, tapetes pelas salas e nós brincando com jogos de tabuleiro, saimos para os jardins e as bochechas ficavam coradas com o frio, posso até ouvir as risadas do padrinho, o latido de Toy o schanauzzer, o barulho e o cheiro que vinha da cozinha, Dona Anita passando tomates vermelhos em uma engenhoca para o molho que os amassava fazendo assim o mais saboroso salsa di pomodoro que já comi em toda minha vida, taças de vinhos e pêssegos dentro delas, sobremesas e muita alegria. Esta recordação quase que apagada como desenho aquarelado, me faz sorrir e lembrar de meu cordão com corações entrelaçados, dos olhos verdes de meu pai, do sorriso de minha mãe, do tempo em que somos felizes e não percebemos, dos sonhos infantis, dos presentes inocentes, do abraço e do colo, de ser carregada nos braços dormindo, exausta das brincadeiras, do levantar feliz do café com panetone, geléia de damasco, queijo Minas, do carinho de meus pais e das montanhas verdes cobertas por serração. Da cama quente e do beijo com o Feliz Natal mais sincero do mundo, contudo, hoje sou eu a mãe, vem das minhas mãos a ceia, os latidos são de Toby um fox terrier, o vermelho da face é causado pelo sol, ainda cozinho castanhas, como minhas cerejas e este ano um pedaço de pêssego mergulhado no vinho, darei meu Feliz Natal aos filhos, ao neto e ao companheiro de muitos Natais, acordarei e comerei meu panetone, seguirei feliz...
Memórias da infância que trazemos para os dias atuais por serem a melhor tradução do Natal, Amor !





segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Palavrear?



O silêncio das palavras, sumiço, indiferença, na falta delas o anseio, o desejo, a lágrima, pensamento preso...
A fala que solta todas as palavras retidas, liberdade, coragem, sorriso, pensamento solto...
O grito aquele que não se faz ouvir, que atropela as palavras, atrapalha, embaralha, peçonha...
O medo que assusta e em segredo se mortifica, que destrói o sonho, paralisia da vida...
Neste papel vai se riscando as diversas maneiras de palavrear, rabiscar vida e formar histórias, neste querer de letras soltas que se encontram em linhas ou em imenso branco...
Na ausência da palavra o silêncio, exagerar é perde-se, fiadas de tolices em pensamentos detidos e ser-se doentio...
Palavras, entonações, melodia que alegra ou entristece, na harmonia vem dos anjos, na angustia nem se ousa pronunciar.
Nesta busca incansável da palavra que se encaixa em situações delicadas ela sempre foge, nos emudece, achando sempre existir outra que se encaixaria melhor, entretanto nada importa quando na frente de cada uma enxerga-se a sinceridade a mais difícil de se manter presente...
Assim como a felicidade e outras tantas que vão se somando a vida palavra que nos define presente no Mundo.







Em 29 de dezembro próximo, a escritora lagunense Jacqueline Bulos Aisenman estará lançando o livro "Entre os Morros da Minha Infância".

O evento acontecerá no Clube Congresso Lagunense, às 20 horas, e a renda será totalmente destinada ao Hospital de Caridade Senhor Bom Jesus dos Passos.
 
Venha prestigiar este importante evento e não deixe de divulgá-lo aos seus contatos...