sábado, 27 de fevereiro de 2010

Vende-se, segurança total


O que dá o direito de alguém levar o que não lhe pertence?

Furtar, surrupiar, roubar, tomar de assalto.

Violentar, tolher seu direito de ir e vir.

Manter-se confinado em muros, grades, cercas elétricas, cães de guarda.

Perder o direito de ir até o mar, sentir o cheiro da manhã.

Sentar com amigos na praça enquanto os filhos, netos, sobrinhos brincam.

Existiu uma época em que a lei era suficiente para nós resguardar,

Hoje são empresas de segurança que fazem esta prestação de serviços.

Neste caos estamos fadados ao medo, derrotados por decisões políticas erradas, corruptas e que hoje solidificarão a violência como parte de nossas vidas.

Uma política séria de controle de natalidade, escolas, centros culturais, profissionalizantes, tudo ajudaria a diminuir a ociosidade de uma sociedade marginalizada.

No Brasil se dá o peixe e não a vara, bolsas para calar a miséria.

Enquanto isto as escolas públicas caem na cabeça dos professores e alunos que buscam uma vida melhor do quer ser avião de traficante, assaltante e toda profissão que um mundo sem perspectiva oferece aos fracos, derrotados pela cola e o craque.

Despedimos-nos cada vez de nossos prazeres mais simples, o andar na rua, na praia, parar nos sinais de trânsito com a janela do carro aberta e não se assustar com alguém que passa nesta hora.

Até mais, liberdade e que um dia voltemos a nos encontrar.


Uma menina, a inocência e a flor. O Amor.

Então o amor ficou lá...

Na menina, na flor que trazia aos cabelos,

No sorriso e palpitar do seu coração...

Então lá ficou a inocência no amor de criança,

No olhar puro da alma.

Num conto indiano, cheirando a curry, cravo, pimentas...

Rubros no lábio da inocência.



terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Uma história contada...Parece filme.


Existem dias em que simplesmente se senta confortavelmente em um sofá, quase que largado e imóvel, fica relembrando histórias sobre os pais, parece até ouvir suas risadas, exclamações e aquele tom solene enfatizando que o caso contado é sério.

Lembrando das conversas da mãe com as amigas, das musicas neste caso dos anos 50, orquestradas e melodiosas, o cheiro de bolo e do café, as mulheres perfumadas com seus Carons, Chanel e alguns Lacôme, maquiadas as unhas pintadas de vermelho e os cabelos em coque, vestidos cinturados (chemise) se não me falha a memória. O assunto sempre era filhos, maridos e junto a isto muitas risadas depois de muitas reclamações.

A fofoca sempre estava ligada ao comportamento de alguém em determinada reunião social, o mau gosto de alguma pessoa, a falta de educação de outras, ali estavam amigas conversando e apoiando umas as outras. Bom final dos anos sessenta e inicio do setenta, as mudanças foram radicais, e sua assimilação demorou um pouco, mas nada que essas mulheres brasileiras de classe média não pudessem resolver. Tudo na década de 70 começou com certa falta de identidade tudo o que tinha que mudar o que foi mudado, o que se pensava ter mudado.

Existem fatos na vida que ficam marcados, pessoas que partem para a viagem sem volta, queridas e nunca esquecidas, assunto que deixa um silêncio e um olhar entre elas de tristeza, saudade, um suspiro e aos poucos se estabelecia um novo assunto.

Os aniversários que não eram mega eventos, uma mesa bolo, docinhos, salgados, refrigerantes e bolas, copos e pratos combinando com o chapéu, línguas de sogra e muitas brincadeiras, os presentes bonecas, roupas, jogos de tabuleiro, livros, não existia computador e nem Playstation, a boneca era Suzi, mãezinha, as brincadeiras queimada, passa anel, esconde-esconde, pega-pega. Tudo simples sem muita tecnologia, contudo feliz intensamente. Entretanto dentro desses fatos existia a história de cada personagem, sua vida e seus sentimentos.

Parabéns, Graça


Zambeziana faz um ano.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Fraseando...


Menina.
Mulher.
Mãe, assim somos flor, fruto, semente,
árvore, o ciclo que se e inicia e finda a cada estação do ano.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Estações, desenhos e Vida

Amedeo Clemente Modigliani, o mais novo dos quatro filhos de Flaminio e de Eugenia Modigliani, nasceu em 12 de julho de 1884, em Livorno (Leghorn), na Toscana.

Escolhi esta tela pois a mim parece que ela esta pensando em algo. Seu nome - Retrato de Jeanne Hébuterne - 1918

Óleo sobre tela - 91,4 x 73 cm

As situações se desenham na nossa frente e às vezes corremos pra apagar com medo de se apegar ao desenho ou a imagem que ele vai passar.

O colorido, as formas, tudo pode encantar ou desencantar, trazer junto lembranças boas ou más. Um medo normal do desconhecido.

Telas, papéis, nada esta ou ficará em branco.

A vida pintará,

Com suas cores variadas, cores da primavera, do verão, do outono e do inverno...

Viveremos banhados por nuances e pinturas que desenhamos ao longo de nossa vida, abstratos, como alegria, tristeza, desamores e amores. E assim será até que a ultima pagina de nossa existência seja escrita, pintada ou se transforme em um grande borrão.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Hummmm...


Um leve sabor de coco e puff derreteu na boca,

Mais um e novamente sumiu mágica

Sabor de mãe, lanche da tarde em dia de chuva

Carinho e nuvem, suspiro e sequilhos

Boa conversa com chá e o chapeleiro Maluco

E todas sentadas tal qual Alice

Comendo sequilhos no País das Maravilhas.