sábado, 24 de abril de 2010

Alba - ainda sem nome a história e a pergunta persiste...





Nas noites que se seguiram Alba acordava sempre perto deste horário e ficava sentada no meio do corredor, abraçava as pernas e chorava o quarto naquelas horas não pertencia mais a ela e só Alba via e ouvia o que ninguém mais podia ver ou ouvir, este medo, dom, maldição só a atormentava e fazia com que pensasse estar realmente louca e seus pais ficariam tristes ou decepcionados com seu comportamento. Uma menina e um fardo grande demais para se carregar, a vida tem dessas coisas, tem desses fatos que se escondem para não chocar e quanto mais se esconde, mais aumenta. O silêncio imposto é caro e impiedoso. Alba penou por meses no chão frio até que logicamente sua mãe a viu, desta vez não chorou ficou assustada e Alba viu o que já sabia “olhos de preocupação”, sentou ao lado da filha e ficou ali calada esperando o que queria escutar, se é que queria ou se Alba iria querer que ela soubesse. Assim com paciência as duas virão o sol e seus primeiros raios, então a menina foi até sua cama e deitou calada e absorvida pela exaustão. No café seu pai perguntou por ela e logo soube do que aconteceu.
O pai: - Um homem generoso, honesto, trabalhador, qualidades tinha muitas, todavia era ateu, apesar de que isto não o torna descrente. Carinhoso com a filha e tolerante não obstante tocar em certos assuntos era desconfortável e ele os cortava.
Alba acordou ás dez horas e foi ter com a mãe na cozinha, ela lhe preparou um suco e uma fatia de bolo, sentou e serena começou a falar e indagar o que tinha visto e por que. A menina muito triste relatou sobre as sombras e as vozes, pediu desculpa e disse que não ia dormir no seu quarto, as lágrimas caíam pelo seu rostinho, “eu não sou louca, sou mãe?”.
O que responder se nada sabia a mãe sobre ou o que estaria acontecendo, religiosa pensou em levar Alba para conversar com um padre, o pai sugeriu um psiquiatra e os dois discutiram até que resolveram que cada um faria o que fosse necessário para ajudar a filha.
Agora relatarei o que para uns é mentira, pura imaginação e ainda poderia ser algo que estava errado naquela casa ou na família. Vai ajudar muito a entender Alba.
Em uma tarde de sábado Alba e a mãe foram convidadas para o aniversário da vizinha, uma senhora que gostava muito das duas, o pai disse que elas fossem, pois ele iria ficar em casa ouvindo musicas e lendo. O pai de Alba colocou seu disco preferido pegou uma grande almofada e deitou no chão mesmo sobre o tapete para ler seu livro, então viu algo passar na sala de jantar e chamou pela filha e não obteve resposta, levantou e procurou nos outros cômodos e ninguém, como usava óculos pensou ter sido um reflexo, começou a ler seu livro e do nada as bonecas de sua filha estavam todas na sala, o susto foi grande e ele se levantou um tanto irritado e constatou ninguém em casa, vestiu uma camisa foi até a vizinha e chamou a mãe de Alba. Ele a levou até a sala e lá estavam às bonecas, resolveram colocar tudo no lugar e não dizer nada para filha e uma decisão foi tomada iriam se mudar o mais rápido possível, explicação nenhuma apenas sair dali e pronto.
Fato relatado acho que agora ficou claro a pergunta que irá persistir até o fim da história...

Um comentário: