Obtuso

Os erros que acontecem são espasmos entre flash de inteligência e total inconsciência, erros que vão riscando e arranhando a pedra deixando marcas eternas como prova que foi cometido. Como a água que em pingos faz buraco ou condensa e vira escultura, ou estalactite que afiada corta, feitios, defeitos ou fenômenos naturais, o ser humano caminha nesta linha de raciocínio entre o que se faz e o que se faz acontecer, tudo muito confuso, perturbador. As rugas são estes riscos algumas feitas de alegrias e outras de profunda mágoa, são os extremos, perigosos sem medidas, sem contra pontos. Opinião fixa e obtusa, daquele que não ouve e só fala, fala, fala...

O dono da verdade absoluta, como se existisse, ser bitolado e aparvalhado, que se julga mais esperto que a maioria e mais capaz, egocêntrico, narciso, perfeito, continua e fala, fala, fala...

Nada o faz parar e irrita até as paredes que vão amarelando e o branco se esvaindo, as flores murcham o sol não parece brilhar tudo só será e acontecerá se o ser supremo ver, senão, nada parece ter acontecido temeroso e supersticioso culpa o mês, o ano, a estação por desventuras que sequer sofreu, duvida de tudo e só acredita em si próprio. E quando vão lhe falar nada ouve, porque fala, fala, fala...

Se existe esta é a grande questão, se tornar real uma hipótese das piores, temeroso este ser, vampiresco, soturno, eclipse, se veste de carente, abandonado, incompreendido, excluído, quando se vai dizer que não é assim, não escuta, fala, fala, fala...

Nasceu só com a boca e com ela se perdeu, por não ouvir e só falar, falar, falar...