sábado, 19 de junho de 2010

Amigos e o passado amigo...

Um banco de cimento no meio da praça onde se pode olhar para o chão e ver mosaicos, cada pedaço daquela cerâmica levou o homem a um ponto do seu passado, primeiro lhe veio à infância e suas brincadeiras de subir em árvores, muros para provar que ele era um super, hiper herói, igual aqueles que usavam mascara e capa, alguns voavam e outros ficavam invisíveis, ainda tinha o mundo tão grande que ele jamais conseguiria desvendar todos os segredos das árvores e muros que existiam, tinha um mar aberto a sua frente e muitas aventuras, entre coqueiros e vegetação rasteira, foi então que o homem suspirou, profundamente, longamente, foi-se infância da inocência, dos amigos sinceros que só queriam bolas de gude e figurinhas. Parou e ficou observando o vento que vinha da praia trazendo uma mistura de sal e gasolina, fechou os olhos para esquecer os outros tantos pedaços, mas a natureza humana é por vezes masoquista, saudosista, seja lá o que fosse era também um pouco de tristeza. Esticou as pernas e seu pé tirou sem querer uma cerâmica, era marrom e estava bem aranhada, chegou à adolescência e todas as crises e dúvidas que acometem jovens, sexo, amor, profissão, maledicência, malicia e sensualidade. Amigos que já vinham do maternal, jardins e alfabetização, hoje crescidos e diferentes, recordou as suas primeiras decepções e lágrimas, fora injustiçado, julgado e até que enxergou e deu um basta, um amigo partiu, morreu de forma estúpida, então refletiu a morte é estúpida quando se é adolescente e seus quinze, dezesseis, dezessete vão te levando a liberdade. Ele então pensou, porém eu passei por tudo e me fortaleci, trouxe comigo só os que valem à pena e expurguei o que era lixo social. Todavia sou tão jovem, já quase formado e novamente uma pedra tive que chutar do meu caminho, arrancar a erva daninha que sufocava meu jardim, de tudo fiz e faço para um amigo, sou o que sou defeitos tenho tantos que ainda me pesam nas costas, aos poucos vou tentando corrigir e transformá-los em qualidades, contudo e não posso mudar minha essência que trago do tempo dos amigos sinceros, dos que não se vendiam por uma carona, que não lamentavam esperando dinheiro e sim ajuda ou palavra de consolo, dos amigos que subiam nas árvores só por brincadeira e não por interesse ou falsas razões. O homem então viu que o tempo passava as horas, os minutos e os segundos, seria tão fantástico se pudesse reboninar a vida voltar só nas alegrias, mas, o que seria das rugas causadas por uma lágrima de dor que te fez limpar os olhos e ver que o sol sempre estará lá, das brigas amorosas que fazem o perdão ser ardente e prazeroso nesta história tudo estará integrado no caos que é nossa vida. Não se pode nascer duas vezes, nem morrer e voltar, todavia podemos nos regenerar e curar das mazelas da humanidade inclusive das nossas próprias. O homem, o banco, o mosaico faltando uma pedra e o tempo.


Um comentário:

CASA ESPIRITA JOÃO EVANGELISTA disse...

Nascer de novo? sim
cuidar das mazelas humanas? sim
fazer um novo fim apartir de um novo começo? sim
Novas oportunidades sempre nos são dadas. a bondade de DEUS não tem fim.

visitem nosso cantinho de luz.

www.casaespiritadrp.blogspot.com