Marias

Os sinais, as mensagens, os pedidos, uma estrela cadente, um desejo. Quem dera pudesse a mulher voar até a lua e lá ficar a contemplar as filhas a brincar de esconde-esconde, a cantar cantigas de roda que a avó as ensinou. A mulher e seus pensamentos, as lágrimas em solo seco, as meninas abraçadas olhando a terra e seus encantos. Lembranças da praia e das conchas que enchia o balde e viraria coroa da princesa sereia, o siri, o marisco, o peixe frito os sorrisos. Recordações de sentimento inocente e feliz, os olhos brilhantes sem sombras de nada. Os passeios quantos foram e muitos ainda viram as praças, o cinema, o parque, ou a rua e sua calçada boa de correr pertinho de casa do coração da mãe. A mulher agora não chora admira a vida que gerou do amor em nove meses, da luz que enche seus olhos de esperança, do sorriso que enxuga suas lágrimas e das noites que dorme ao sentir o cheiro do cabelo das meninas.

A mulher agora acordada reza aos pés da santa e agradece aos dois presentes pulsantes e cheios de vida... Todas meninas são Marias.