Andando pela praia Ita catava conchas e pedaços de coral, como companhia tinha pequenas Maria farinhas que brincavam de entrar e sair dos buracos pequeninos na areia, as marcas de seus delicados pés iam marcando o caminho e a onda vez por outra alcançava uma pegada e as apagava. Perdida nos seus pensamentos ela sorria sozinha ao relembrar dos anos em que criança ia á praia com sua família e da brincadeira de pular as ondas, os lanches que eram levados e podia ouvir as risadas de sua primas. Mas os anos passaram velozes e a menina agora era uma senhora que amava o mar, os anos entristeceram seus olhos negros, andavam cansados contudo ainda havia uma esperança mesmo escondida estava lá, apesar de que esta senhora sabia que restava apenas alguns meses para sua grande viagem, Ita sempre via a vida e seu colorido, por vezes via o mar esverdeado e por outras azul, pintava o céu da cor que queria e sempre dava um toque alaranjado do pôr do sol, ela o via da janela e como um retrato o retocava com seus pincéis cheios de tinta e esperança. Cada dia em sua vida tinha um sentido e a dor era esquecida com ajuda de seus remédios e amor por viver, muitas vezes Ita voltou a praia e pintou fez bolo de chocolate e coco ralado, sentou na sala e ficou a olhar para o nada perdida em seus pensamentos. Na semana de sua viagem era véspera de ano novo ela levantou com a força que lhe era peculiar e dançou, cantou, brindou mais uma vez a vida. Sua partida foi tranquila e ela ainda vai a praia contemplar o mar, catar conchas e a tardinha vai sentir o fim do calor do sol.
“A morte é inevitável, o sofrimento opcional” – Clodovil Hernandez.
2 comentários:
Que lindo texto. ^^
Realmente só cabe a nós, queremos enfrentar nossa ida de jeito tranquilo.
Eu acredito que a partida é tranquila para aqueles que fazem o bem e se amam.
Mas ainda sinto medo em aceitar.
Beijo querida!
Estefani
Renatinha
Não sei se é por estarmos quase a entrar na Semana Santa que te lembraste de escrever este texto... De qualquer forma, está lindo, suave e, ao mesmo tempo cheio de força. Se falassemos mais vezes nesta viagem que todos faremos um dia, não teriamos tanto medo...seria uma coisa natural como nascer...tudo é vida!
Mal li o teu "recado" vim logo... Fui fazer umas comprinhas: chocolates,amêndoas, doçarias...por aí! Encontrei uns cestinhos amorosos com coelhinhos, em azul e um verde claro... Uma ternurinha! Agora vou enchê-los com todos aqueles mimos doces...para os meus afilhados...que são às dúzias! É uma tradição bonita e que não quero quebrar. No Domingo, lá vêm eles com os seus ramos...a minha casa, fica um jardim... Não são queridos?
Queres um ovinho de chocolate? Encontrei uns que são uma delícia e eu que não gosto nada, mesma nada, de chocolate!!!!!
Beijocas, querida.
Graça
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