Existem dias em que simplesmente se senta confortavelmente em um sofá, quase que largado e imóvel, fica relembrando histórias sobre os pais, parece até ouvir suas risadas, exclamações e aquele tom solene enfatizando que o caso contado é sério.
Lembrando das conversas da mãe com as amigas, das musicas neste caso dos anos 50, orquestradas e melodiosas, o cheiro de bolo e do café, as mulheres perfumadas com seus Carons, Chanel e alguns Lacôme, maquiadas as unhas pintadas de vermelho e os cabelos em coque, vestidos cinturados (chemise) se não me falha a memória. O assunto sempre era filhos, maridos e junto a isto muitas risadas depois de muitas reclamações.
A fofoca sempre estava ligada ao comportamento de alguém em determinada reunião social, o mau gosto de alguma pessoa, a falta de educação de outras, ali estavam amigas conversando e apoiando umas as outras. Bom final dos anos sessenta e inicio do setenta, as mudanças foram radicais, e sua assimilação demorou um pouco, mas nada que essas mulheres brasileiras de classe média não pudessem resolver. Tudo na década de 70 começou com certa falta de identidade tudo o que tinha que mudar o que foi mudado, o que se pensava ter mudado.
Existem fatos na vida que ficam marcados, pessoas que partem para a viagem sem volta, queridas e nunca esquecidas, assunto que deixa um silêncio e um olhar entre elas de tristeza, saudade, um suspiro e aos poucos se estabelecia um novo assunto.
Os aniversários que não eram mega eventos, uma mesa bolo, docinhos, salgados, refrigerantes e bolas, copos e pratos combinando com o chapéu, línguas de sogra e muitas brincadeiras, os presentes bonecas, roupas, jogos de tabuleiro, livros, não existia computador e nem Playstation, a boneca era Suzi, mãezinha, as brincadeiras queimada, passa anel, esconde-esconde, pega-pega. Tudo simples sem muita tecnologia, contudo feliz intensamente. Entretanto dentro desses fatos existia a história de cada personagem, sua vida e seus sentimentos.
4 comentários:
Rê:
mil beijos.
Ultimamente, passo muitos momentos desses, largada no sofá, mas só recordo momentos tristes e dava tudo, para os poder apagar...Desculpa a minha ausência, mas tem sido complicado.
De qualquer forma, obrigada pela amizade e carinho.
Sentada no sofá
ou deambulando até ao mar, a nossa vida é um filme belo!
Na nossa cabeça, o realizador está escolhido, no nosso coração os personagens são tão verdadeiros que magoam.
Um dia acrescentaremos mais um capítulo que começa em Olinda e termina em Lisboa?
Bonito, Alegria!
um beijo
Manuela
Adorei o seu texto....realmente, momentos que parecem filmes, muitas recordações...
Um grande beijo,
Reggina Moon
Vida nossa Renata caríssima,é uma película,avec roteiro,personagens,falas e cenas,em magia,realidade tornar,depende de cada filme vida história,e a arte de a vida,simplesmente viver!
Lindo texto poético seu,em comentario forma!
bzu mãos suas,pessoa amada miguxa nossa!
Uma tarde e noite de paz e ternura !
Viva La Vida
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