sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

EsTrelA

 (Texto em homenagem a Regina Victória Calmon)

Por uma janela aberta olhava a bela senhora de cabelos cor fogo e mãos com dedos compridos, os olhos perdidos buscando no céu de fim de tarde uma estrela, aquela estrela que sempre parecia aumentar o brilho para que ela encantar podendo assim estabelecer um contato.
E ao encontra-la abria um sorriso e dava uma boa noite à conversa começava como qualquer outra e a mulher lhe contava do sol ou da chuva, da família e das amigas, quando cansava sentava no batente da porta e respirava fundo o cheiro de jasmim, várias vezes descreveu para sua amiga estrelar o que era o aroma só que não adiantava muito, ou a aspereza da terra e a maciez da grama, do gosto salgado da lágrima, do doce da fruta, do jiló amargo, do gelado nos lábios, do soverte de rosas e então a confusão estava feita, rosa não é flor? – O que é sorvete?
Sorrido a mulher dizia esquece me fala do que você vê, a estrela então dizia: daqui durante o dia posso ver pouco o sol me bloqueia, vejo relances de um cinza, pontos coloridos indo e vindo lentos ou rápidos demais, os ruídos são tantos que me confundo, eu sei, eu sei parece horrível mais não é, teve uma vez que quase cai um jato passou por mim, senti um cheiro estranho, minhas amigas que estão aqui há muito tempo disseram que são aviões de guerra, senti o cheiro da morte, você já sentiu este cheiro?
A mulher respondeu que sim mas, não queria falar sobre isto, era triste demais não a morte e sim como se morre...
Para aliviar a apreensão da voz que sentiu na mulher a estrela então começou: - agora mesmo vejo muito bem, você e seus cabelos vermelhos, o branco do que se chama jasmim, e muitas luzes que daqui parecem muitas iguais a mim. A senhora então sorriu com a gentileza e descreveu que da terra ela via a estrela com um enorme brilho, que a distância fazia com que ela parecesse uma fada ou um anjo. A estrela ficou feliz e disse que poderia vir a terra morar e ser vizinha da sua amiga, sentir os cheiros, a aspereza da terra, o gosto da rosa, o perfume do jasmim, sentir a vida.
Sábia, a senhora explicou que se ela viesse maravilhoso, seria, contudo, como voltaria ao céu?
A estrela então disse que não poderia voltar pois na terra ficaria, mesmo que fosse jogada ao mar onde nasce a lua ainda assim não retornaria e nem sequer estrela do mar por certo se tornaria.
Então a doce senhora lhe pediu que no céu ficasse e iluminasse as noites escuras junto com a lua e no dia que do céu ela visse um rasgão de luz correria e a abraçaria, juntando assim o céu e a terra em poesia única, onde a grama macia a faria repousar sobre os olhos de suas companheiras no céu. Eternas na terra seria a mulher e a estrela.

Assim nascemos, assim será o que sonhamos?

 http://anne_geddes.vilabol.uol.com.br - fotos retiradas do site Anne \geddes


E se fossemos flor e borboleta?
Se nada passasse deste momento, eterno seria cada um de nós?
Se na lentidão de um caracol seguisse a vida...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Asas negras.

Imagem retirada da net. Caso seja de sua vontade e direito basta solicitar para ser retirada. Este blog não tem fins lucrativos.



Pela estrada caminha um homem, curvado apoiado em seu cajado, parece mais velho e também mais cansado, arrasta um enorme saco, os olhos baixos e sisudos, resolve então se sentar para pensar e beber um pouco de água. Ao longe algumas crianças brincam, sorrindo o vento balançando as árvores e tudo ali parece magico e impensável, então o homem pensa: - Parecem protegidas de tudo ou de todo mal, nem desconfiam quem sou, vou passar por estas criaturas de Deus e elas apenas me darão um sorriso sincero e prosseguirão na sua alegria de viver. Criança é sábia quando as levo para o outro lado, chegam dormindo, ao acordar se assustam e basta uma boa explicação e logo tudo é compreendido sem contestações, voltam a sorrir e correm para conhecer seus companheiros, o mundo que imaginam se funde aos outros harmoniosamente, são campos abertos cobertos de grama verde, animais soltos e espalhados, um rio corta o vale e nele peixes coloridos pulam sobre a água e o som que se ouve gargalhadas. Bicicletas, bolas, bonecas, jogos de tabuleiro, redes onde embalam seus sonhos.
Tudo aprendem rápido, não se lamentam, não pedem coisas impossíveis, esperam com calma pela hora de voltar, talvez na partida apareça um pouco de medo, tristeza, recomeçar não é fácil...
Contudo chegam aqui inocentes, felizes e o tempo e suas escolhas provocaram muita felicidade ou infinitas tristezas, o que faz toda diferença pois chegam crescidos, adultos e não sorriem em sua maioria, choram, se culpam, desesperam, alguns não tem um vale, nem rio, encontram devassidão que trás na alma, e eu fico ali a observá-los e rezar para que encontrem outro caminho e antes da inevitável volta venham menos pesados em suas culpas e maldades.
E assim um tanto emocionado resolvi continuar a caminhar, meu fardo até ficou um pouco mais leve, contudo, tinha que seguir caminhando infinitamente, por alguns lugares cruzei com outros iguais a mim, as asas negras escondidas, olhar triste e fardo pesado. Quem somos?
“Anjos caídos na terra por sermos insatisfeitos com a ordem natural das coisas.”

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Beleza que despensa palavras, no momento!




foto Renata Farias. 
Esta orquídea foi comprada por Fábio Maia e a mim presenteada. Já esta começando sua segunda florada este mês, esclarecendo apenas...
 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ter ESperança!








Significado de Esperança
Expectativa de um bem que se deseja: a esperança é grande consoladora.
Objeto dessa espera: aí está toda a minha esperança.
Uma das três virtudes teologais.
Bras. Inseto ortóptero da família dos locústidas.
Estar de esperanças, achar-se grávida (a mulher).

Uma das palavras mais faladas por qualquer língua, não se vive sem ela e neste rumo caminhamos idealizando um futuro.